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quinta-feira, junho 2

Quando um filho ameaça o pai.... // Blogagem Coletiva



O que fazer?!

Hoje vou relatar uma vivência sofrida e constrangedora de um cliente que eu atendo quinzenalmente para troca de cateter vesical de demora (CVD).

Pois bem!  O fato de realizar troca do cateter vesical em pacientes de ambos os sexos, me permite uma maior aproximação com eles tendo em vista que a sua privacidade é por mim invadida por conta da necessidade de realizar o procedimento.

Este contato  períodico e sistemático criou entre nós uma certa afinidade respaldada no respeito e na confiança, até porque eu brinco muito com todos eles, enquanto realizo a troca, a fim de colocá-los relaxados e à vontade.Em virtude de tal confiança, alguns me fazem perguntas de caráter íntimo e outros me contam coisas das suas vidas, e hoje eu escutei uma tragédia familiar ante a qual me senti impotente.

O senhor X, 82 anos, compareceu para a troca do catéter, eu o levei à sala do procediemnto e ali dei início ao mesmo. Percebi que ele desejava falar e conduzi a conversa até o ponto em que ele almejava: falar da violência que sofre na companhia do filho.

Contou-me que o filho Y 43 anos, já o prendeu várias vezes dentro do quarto e o ameaçou de morte com uma arma branca (faca) e que ele teve que fugir pela janela a fim de preservar a sua vida.

Imaginem o quanto meu sangue ferveu de indignação, pois além de estar com a visão de um olho perdida, pelo glaucoma, locomovendo-se com dificuldade pela cidade por não contar com filhos nem netos (estão sempre ocupados), ainda ter que viver aos sobressaltos dentro da sua própria casa por causa de um filho que se embriaga quase que diuturnamente?! É demais!!

Orientei-o a prestar queixa na delagacia, mas ele recusou. Coisas de pai....

Em verdade,caso ele registrasse a queixa na  delegacia contra o filho,estaria se precavendo de novos ataques de violência do mesmo que, talvez esteja buscando resolver os seus desequilíbrios emocionais através da agressividade contra o pai que se encontra fragilizado pela idade e pela doença.

O que este filho não sabe,ou se sabe faz de conta que não sabe,é que não podemos resolver os nossos desajustes psiquicos,despejando a nossa agressividade no outro como se este tivesse alguma culpa. 

Pensei em fazê-lo..mas não tenho este direito. Quem sabe através do anonimato?!

Resta-me orar e pedir a Deus não apenas por ele mas por todos os idosos que sofrem maus tratos no próprio seio familiar e pelos filhos que procedem desta maneira talvez porque ainda não se abriram completamente ao amor de Deus permitindo-LHE ser a mão a guiar as suas ações.

Deus tenha misericórdia de todos nós....


BLOGAGEM COLETIVA
TEMA:
"Os problemas resolvem-se à chapada"

bjs,soninha

3 comentários:

orvalho do ceu disse...

Olá, querida
E mais uma vez em seu Blog eu consigo deixar meu comentário... são poucos os que posso fazer nestes últimos 10 dias... uma pena!!!
A "arma branca" mais comum é a indiferença... a falta de amor... o egoísmo... que invade o coração dos que deram todo o seu amor pelos filhos e netos... lástima!!!
Bjs fraternais

Ricardo Fabião disse...

Soninha,

a violência é uma estrada que não vai... ela está sempre interditada; os que estão nela não avançam...

Não avança a vítima; não avança o algoz. É realmente triste.

Compactuo com teu impasse, com tua
indignação.

Abraço.
Ricardo

Catsone disse...

Sónia, infelizmente essaé uma realidade mundial. Vejo essas situações quase diariamente e respeito o direito dos utentes à não realização de queixas às autoridades. Vejamos, será que o sehor se sentiria novamente seguro caso procedesse à queixa? Não seria vergonha para o pai ter um filho preso por "sua causa"?
É triste e difícil para quem trabalha com estas pessoas; resta-nos respeitar o direito que têm ao nosso segredo profissional.
Bjs

Paz!