Paz e Amor!

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sexta-feira, abril 6

AS DUAS ROSAS


I

São duas rosas unidas, 
São duas flores nascidas 
Talvez no mesmo arrebol. 
Vivendo no mesmo galho, 
Da mesma gota de orvalho, 
Do mesmo raio de sol.

II

Vivendo... bem como as penas 
Das duas asas pequenas 
De um passarinho no céu. 
Como um casal de rolinhas 
como a tribo de andorinhas 
Da tarde no frouxo véu.

III

Vivendo, bem como os prantos 
Que em parelhas descem tantos 
Das profundezas do olhar. 
Como o suspiro e o desgosto, 
Como as covinhas do rosto, 
Como as estrelas do mar.

IV

Vivendo... ai, quem pudera, 
Numa eterna primavera, 
Viver qual vive esta flor. 
Juntar as rosas da vida 
Na rama verde e florida, 
Na verde rama do amor.

Castro Alves

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