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quinta-feira, julho 31

Idosos costumam sofrer menos para se assumirem gays, dizem estudos

Imagem ilustrativa
Ele se casou três vezes e teve três filhos. Aos 59 anos, resolveu dizer ao mundo que é bissexual e que prefere usar adereços e trajes femininos. O cartunista *Laerte Coutinho, de Piratas do Tietê, assumiu uma nova faceta da sexualidade no começo do processo de envelhecimento. Afirma que a orientação sexual e a identidade de gênero são fatos independentes, embora relacionados. “Sempre soube do meu desejo por homens — foi como comecei minha vida sexual. Mas, poucos anos depois, fugi dele, vivendo décadas na tentativa de me convencer de que era heterossexual”, conta. Ele acredita que o fato de essa decisão ter acontecido nesse estágio da vida facilitou bastante algumas situações. “Por ser uma pessoa com vida profissional sólida, filhos crescidos, relações sociais cultivadas, não tive as dificuldades enormes que a maior parte da população trans enfrenta desde a infância e a adolescência.”
A situação vivida por Laerte é mais comum do que se imagina. Para a coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo, Carmita Abdo, muitos homossexuais passam a vida evitando ou mesmo censurando a atração pelo mesmo sexo e optando por um relacionamento heterossexual. “À medida que começa a haver uma abertura, a homossexualidade começa a ser tratada de uma forma menos discriminatória.” O envelhecimento seria ainda mais favorável para esse “repensar” por se tratar de um momento em que as pessoas, independentemente da sexualidade, também têm a oportunidade de rever a vida.

“Eu não sinto que envelhecer tem a ver com homossexualidade, envelhecer é uma condição de vida independentemente de com quem você transa. Eu não sigo o que é condição social, pelo contrário, sou completamente contestadora de todas essas imposições e regras medíocres impostas. Posso amanhã envelhecer com um velhinho (homem)”, diz Valentina*, 57 anos. O relato foi colhido por Tânia Gonçalves em um trabalho de mestrado orientado pela professora da pós-graduação em gerontologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) Elisabeth Mercadante. A aluna entrevistou 10 mulheres homossexuais em meia-idade, entre 40 e 59 anos, que contaram seus medos e suas angústias acerca da proximidade da velhice.
* Nome fictício

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