Paz e Amor!

Paz e Amor!
Sol...Calor!

sábado, janeiro 4

Cabelos Brancos


Cobrem-me as fontes já cabelos brancos, 
Não vou a festas. E não vou, não vou. 
Vou para a aldeia, com os meus tamancos, 
Cuidar das hortas. E não vou, não vou. 

Cabelos brancos, vá, sejamos francos, 
Minha inocência quando os encontrou 
Era um mistério vê-los: Tive espantos 
Quando os achei, menino, em meu avô. 

Nem caiu neve, nem vieram gelos: 
Com a estranheza ingénua da mudança, 
Castanhos remirava os meus cabelos; 

E, atento à cor, sem ter outra lembrança, 
Ruços cabelos me doía vê-los ... 
E fiquei sempre triste de criança. 

Afonso Duarte, in "Ossadas"

Um comentário:

Unknown disse...

Eu penso que quando ficar de idade quero meus cabelos branquinhos como a lã eu acho muito bonito kk bjs!

Paz!