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segunda-feira, abril 7

Idosos mostram a nossa crueldade


A semana passada fomos surpreendidos com uma notícia cruel. Portugal é dos países europeus que pior trata os idosos. Um relatório da Organização Mundial de Saúde diz mesmo que quatro em cada dez idosos portugueses são vítimas de violência.

É uma atrocidade saber que 39 por cento dos seniores portugueses são alvo das mais variadas agressões e que filhos e netos são os principais abusadores.

A ferocidade dos comportamentos de filhos e netos atinge um quarto dos idosos que são vítimas de abusos psicológicos, enquanto 16,5 por cento de extorsão, 12,8 por cento de violação dos seus direitos, ao passo que dez por cento são abandonados, sete por cento abusados física e sexualmente.

Não tarda muito, a continuarmos assim, os idosos escolhem o suicídio para não se tornarem um ‘fardo’ para os filhos e netos.

Há alguns dias, os ingleses ficaram chocados quando um casal britânico saltou para a morte da janela do seu apartamento, tendo deixado uma mensagem aos filhos: “Desculpem rapazes, mas foi melhor assim”.

A carta estarrecedora de Glenys e Royston Smith, de 88 e 91 anos, é tanto mais cruel quanto os dois estavam casados há 67 anos e eram inseparáveis. 

Há quase 20 anos, após a reforma, mudaram-se para um apartamento à beira mar e costumavam dar longos passeios na praia, até serem proibidos pelo médico de o fazerem. Ela sofria de osteoporose, um problema grave na coluna e tinha bastante dificuldade em andar. 

O marido lutava com um cancro na próstata. 

Ambos tinham problemas de visão e estavam ao corrente dos planos dos filhos para os internar numa instituição de acolhimento, o que provavelmente os obrigava a separar-se. 

Terá sido esse o motivo que levou os dois idosos ao acto desesperado porque não queriam ser um ‘fardo’ para os filhos.

Se este caso não sairá mais da memória dos filhos, é bom que as políticas sociais se alterem para que os idosos não se tornem um fardo.

É inaceitável que o Estado, através dos nossos impostos continue a financiar as IPSS que recebem idosos num valor três vezes superior ao que paga a uma família que deseje tratar e cuidar os seus idosos em casa.

Como se isso fosse pouco, a Segurança Social começou a aplicar em Março os cortes nas pensões de sobrevivência (pagas pela morte do cônjuge). 

Esta é a verdadeira atrocidade, todos os dias cometida, que é preciso estancar. Se hoje somos filhos ou netos, amanhã seremos velhos.

Há notícias que passam… mas a pobreza (espiritual e material) não.

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