Fotos/ilustrações: divulgação
A perda auditiva natural com o passar do tempo pode criar, lentamente, uma situação em que o idoso é afastado do convívio social com a família e amigos porque não escuta.
No último dia 15 de junho comemoramos o Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa. Uma data para reflexões e atitudes, um momento para conhecer mais sobre dados impressionantes do que ocorre todos os dias no Brasil e no mundo.
Segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2011 morreram, em média, 68 idosos por dia no Brasil, vítimas de maus tratos. Em 2012, cerca de 170.000 idosos foram internados em hospitais devido a violências como agressões, sufocações, quedas, envenenamentos, etc..
Os números impressionam e demonstram claramente que a sociedade, o governo e as instituições ainda precisam de muito trabalho para amenizar ou resolver esta situação de imensa gravidade.
Mas, no dia a dia, existem diversas outras formas de violência não tão graves, mas suficientemente incomodativas e que geram consequências por vezes irreparáveis.
A falta de paciência com um idoso é uma forma de violência? Estacionar o carro na vaga do idoso também? E sentar no banco reservado à terceira idade no ônibus ou metrô? Sim, todas estas formas também são violências que devem ser sempre combatidas.
Falta da audição afasta do convívio social
A perda auditiva natural com o passar do tempo pode criar, lentamente, uma situação em que o idoso é afastado do convívio social com a família e amigos porque não escuta. Do outro lado, quem já sabe que a pessoa tem dificuldade em entender e não tem paciência em conversar, já nem se aproxima...
E a pessoa idosa, que, por sua vez, já reconhece sua falta da audição, também não se aproxima de netos, filhos e amigos, pois sabe que, ao tentar conversar, não irá compreender – ou, pior, compreenderá errado –, frequentemente gerando risadas e irritação nas outras pessoas.
Preconceitos desnecessários e ultrapassados
Portanto, não suprir a audição ao idoso, dentro de todas as formas possíveis da medicina, é, sim, uma forma de violência contra a pessoa idosa!
Preconceitos desnecessários e ultrapassados ao uso de aparelhos auditivos devem sempre ser combatidos com compreensão, aceitação, dedicação, carinho e envolvimento positivo do idoso e de toda família.
A reinserção social de uma pessoa que não escuta é algo fundamental! Afinal, o envelhecimento com saúde é sempre o objetivo de todos. Então, lendo este artigo, ouça seu médico Otorrinolaringologista e escute a natureza e a família. Todos têm lindas coisas a te falar!
Médico formado pela Faculdade de Medicina da USP (1986) e especialista em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (CRM 57.245)
Não discrimine o idoso!
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